domingo, 4 de julho de 2010

Soneto quebrado de avião

Dias atrás, durante um voo de volta para o Brasil, resolvi escrever um soneto.
A bem da verdade, tentava fazer uma música, mas como já escrevi num outro blog (Estrada e Vários), me perdi no caminho que leva da angústia à melodia e acabei conseguindo só traçar algumas linhas tortas, sem métrica e com um pouco de rima.
O engraçado é que jurava ter feito um soneto... só mais tarde, ao relê-lo, foi que me dei conta de que faltava uma estrofe. Sonetos têm dois quartetos e dois tercetos, como é sabido. Em meu cansaço durante a viagem, comi a última estrofe e, embora aquilo soasse estranho, não conseguia, na altura, me dar conta do erro.
Foi divertido perceber a falha e hoje resolvi tentar salvar o pobre do soneto quebrado.
Aí vai o resultado:

Soneto quebrado de avião


Todo sonho que se alimenta
É maior na espera que a conquista
A imaginação sempre o aumenta
E o torna mágico, a perder de vista


Viajar e conhecer o mundo
Escrever um livro, encantar plateias
Ser famoso em questão de segundo
Quebrar recordes, estar de férias


Tudo vai do êxtase ao castigo
Se a vitória não for partilhada
Se no porto não há despedida


Nem regresso aos braços de um amigo
Se o prazer com que se vive a vida
For sozinho nessa caminhada

=)

Um comentário:

Barbara disse...

Que gracinha de soneto! Amei!
Já até copiei...rs*
Parabéns.
Beijinhos