sexta-feira, 17 de junho de 2011

Papo de mulher grávida

Mulher grávida é mesmo um bicho curioso... não tem outro assunto na cabeça: só dá bebê.
De repente, coisas muito sem graça passam a ter a maior importância e a cabeça só pensa em como lavar as roupinhas sem provocar alergia no bebê, qual cor do cocô indica cólica, qual tipo de choro sinaliza dor, o que se pode comer no período de amamentação, quais sinais indicam a necessidade de procurar o pediatra, etc., etc., etc.
Quem aguenta isso? Só outras grávidas e algumas mães corujas de plantão!
Não que não haja nada de interessante acontecendo na vida de uma grávida durante os meses da gestação.
Eu, por exemplo, tenho vivido meses indescritíveis. Casamento, com direito a cerimônia dos sonhos, ao ar livre, durante o dia, como sempre quis... marido encantador e amor crescendo a cada dia... gravação do primeiro CD, finalmente fechando uma etapa musical da minha vida que se arrastava por mais de dez anos, cantando músicas lindas... conclusão do último capítulo daquele que, tudo indica, será meu primeiro livro editado... encaminhamento de projetos profissionais sempre desejados... coordenação de curso, projetos de pesquisa e extensão, procura da casa dos sonhos... etapa espiritual maravilhosa... enfim... muitas coisas acontecendo... mas quem diz que tudo isso tem importância diante do pensamento de que falta pouquíssimo tempo para eu pegar no colo o meu filhote lindo? Hummmm... que me desculpem todos, mas minha cabeça só consegue pensar em papo de berço.
=)

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Papo de bebê...

Well,
Cá estou eu, de repouso forçado devido ao aumento da pressão arterial... tentando segurar a gestação por mais umas semanas pra ver se o meu Gabriel nasce mais gordinho... porque ninguém merece parir e deixar a cria engordando no hospital, né?

E enquanto navego pelos sites em busca de informações úteis (como dar banho, mitos e verdades sobre bebês, 18 dicas sobre recém-nascidos, como lavar a roupinha, 10 razões para o choro do bebê, etc.) encontro um texto muito divertido sobre as famigeradas cantigas de ninar do cancioneiro popular brasileiro. Que elas estão mais pra cantiga de terror eu já sabia... mas a forma criativa com que foram abordadas neste texto vale aqui a exposição.
Divirtam-se, então, com o papo de dois bebês:

- E aí, véio?
- Beleza, cara?
- Ah, mais ou menos. Ando meio chateado com algumas coisas.
- Quer conversar sobre isso?
- É a minha mãe. Sei lá, ela anda falando umas coisas estranhas, me botando um terror, sabe?
- Como assim?
- Por exemplo: há alguns dias, antes de dormir, ela veio com um papo doido aí. Mandou eu dormir logo senão uma tal de Cuca ia vir me pegar. Mas eu nem sei quem é essa Cuca, pô. O que eu fiz pra essa mina querer me pegar? Você me conhece desde que eu nasci, já me viu mexer com alguém?
- Nunca.
- Pois é. Mas o pior veio depois. O papo doido continuou. Minha mãe disse que quando a tal da Cuca viesse, eu ia estar sozinho, porque meu pai tinha ido pra roça e minha mãe passear. Mas tipo, o que meu pai foi fazer na roça? E mais: como minha mãe foi passear se eu tava vendo ela ali na minha frente? Será que eu sou adotado, cara?
- Como assim, véio?
- Pô, ela deixou bem claro que a minha mãe tinha ido passear. Então ela não é minha mãe. Se meu pai foi na casa da vizinha, vai ver eles dois tão de caso. Ele passou lá, pegou ela e os dois foram passear. É isso, cara. Eu sou filho da vizinha. Só pode!
- Calma, maninho. Você tá nervoso e não pode tirar conclusões precipitadas.
- Sei lá. Por um lado pode até ser melhor assim, viu? Fiquei sabendo de umas coisas estranhas sobre a minha mãe.
- Tipo o quê?
- Ela me contou um dia desses que pegou um pau e atirou em um gato. Assim, do nada. Maldade, meu! Vê se isso é coisa que se faça com o bichano!
- Caramba! Mas por que ela fez isso?
- Pra matar o gato. Pura maldade mesmo. Mas parece que o gato não morreu.
- Ainda bem. Pô, sua mãe é perturbada, cara.
- E sabe a Francisca ali da esquina?
- A Dona Chica? Sei sim.
- Parece que ela tava junto na hora e não fez nada. Só ficou lá, paradona, admirada vendo o gato berrar de dor.
- Putz grila. Esses adultos às vezes fazem cada coisa que não dá pra entender.
- Pois é. Vai ver é até melhor ela não ser minha mãe mesmo... Ela me contou isso de boa, cantando, sabe? Como se estivesse feliz por ter feito essa selvageria. Um absurdo. E eu percebo também que ela não gosta muito de mim. Esses dias ela ficou tentando me assustar, fazendo um monte de careta. Eu não achei legal, né. Aí ela começou a falar que ia chamar um boi com cara preta pra me levar embora.
- Nossa, véio. Com certeza ela não é sua mãe. Nunca que uma mãe ia fazer isso com o filho.
- Mas é ruim saber que o casamento deles não está dando certo... Um dia ela me contou que lá no bosque do final da rua mora um cara, que eu imagino que deva ser muito bonitão, porque ela chama ele de 'Anjo'. E ela disse que o tal do Anjo roubou o coração dela. Ela até falou um dia que se fosse a dona da rua, mandava colocar ladrilho em tudo, só pra ele passar desfilando e tal.
- Nossa, que casamento bagunçado esse. Era melhor separar logo.
- É. só sei que tô cansado desses papos doidos dela, sabe? Às vezes ela fala algumas coisas sem sentido nenhum. Ontem mesmo, ela disse que a vizinha cria perereca na gaiola... já viu...essa rua só tem doido...
- Ixi, cara. Mas a vizinha não é sua mãe?
- Putz, é mesmo! Tô ferrado de qualquer jeito.