quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Adversidades

Quando criei o blog, imaginei que teria tempo para alimentá-lo sempre. Ledo engano!
Como está complicado encontrar alguns minutos para produzir minhas reflexões (idéias e vontade não faltam, podem ter certeza!), eu decidi partilhar com vocês alguns textos de que gosto.
Infelizmente, não sei a autoria de todos, então, caso saibam, por favor, avisem-me para que eu possa fazer o devido registro.

Segue aí o primeiro deles, lindo, lindo:

Uma filha se queixou ao seu pai sobre sua vida e de como as coisas estavam tão difíceis para ela. Já não sabia mais o que fazer e queria desistir, estava cansada de lutar e combater. Assim que um problema estava resolvido, um outro surgia.
Seu pai, um "chef", levou-a até a cozinha dele, encheu três panelas com água e colocou, separadamente, em cada uma delas cenouras, ovos e pó de café. Deixou que tudo fervesse durante vinte minutos, sem dizer uma palavra. Depois retirou as cenouras, os ovos e o café e colocou-os em tigelas diferentes. Virando-se para ela, perguntou: "Querida, o que você está vendo?" "Cenouras, ovos e café", ela respondeu.

Ele pediu para experimentar as cenouras. Ela notou que as cenouras estavam macias. Pediu, então, que pegasse um ovo e quebrasse. Ela retirou a casca e verificou que o ovo endurecera com a fervura. Finalmente, ele pediu que tomasse um gole de café. Ela sorriu ao sentir seu aroma delicioso e perguntou humildemente: "O que isto significa, pai?"
Ele explicou que cada um deles havia enfrentado a mesma adversidade, a água fervendo, mas cada um reagira de maneira diferente. A cenoura entrara forte, firme e inflexível, mas depois amolecera e se tornara frágil. Os ovos eram frágeis, mas sua casca fina havia protegido o líquido interior que, após a fervura, tornou-se mais rijo. O pó de café, contudo, era incomparável, havia mudado a água.
"Qual deles é você?", ele perguntou. "Quando a adversidade bate a sua porta, como você responde?"

Você é como a cenoura, que parece forte, mas com a dor e a adversidade murcha, se torna frágil e perde sua força? Será que você é como o ovo? Tinha um espírito maleável, mas depois de alguma morte, uma falência, um divórcio ou uma demissão, você se tornou mais difícil e duro? Sua casca parece a mesma, porém você está mais amargo e obstinado? Ou será que você é como o pó de café? Muda a água fervente, a coisa que está trazendo a dor, para conseguir o máximo de seu sabor, a 100 graus centígrados?
Se você é como o pó de café, quando as coisas ficam piores, você se torna melhor e faz com que tudo ao seu redor se torne melhor.
Como você lida com a adversidade?

(Autor desconhecido)
Tania Mikaela Garcia

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Show

Amo cantar. Nada supera a magia de um solo numa música bem composta. Cantar acompanhada de um coral, como fiz durante anos, é também uma sensação única e insubstituível. O coral preenche, eleva, provoca uma sensação de transcendência já típica da que só quem canta é capaz de sentir. Mas a transcendência que cantar num coral provoca é uma transcendência angelical.
É como se naquele momento transformássemo-nos em verdadeiros anjos flutuando na música. E solar acompanhada de um coral, então... tenho até dificuldades para definir a emoção. De qualquer forma, nem preciso me esforçar, uma vez que Ná Ozzetti consegue fazer isso brilhantemente ao interpretar a canção "Show" (confiram a canção clicando no título deste texto, que remete à Rádio UOL). Melodia e letra belíssimas casadas numa voz doce e harmoniosa, numa interpretação que me faz "levitar" cada vez que ouço.
Numa fase da minha vida em que muito do meu trabalho é exercido isoladamente em frente ao computador, acho perfeito ilustrar esse vôo solo com esta canção:


Ná Ozzetti - Show

É só uma voz
A minha voz
Sem coral
Cadê o coral?

Cantava aqui
Estava aqui
Cadê o pessoal?

A música avança
Lança em mim
Um gelo geral, solidão
Voz sem coral

É só uma vez
A minha vez
De fazer
O solo final

Eu entro aqui
Eu entro em mim
Voz principal

Solei, solei
E um coro virtual
Eu ouvi anunciando sem dó
Sou eu, e só

E assim eu refiz meu caminho
Com voz e com muita emoção
O coro virtual eu troquei
Por um vigoroso violão

E quem sonhou
Sofreu, chorou
Pode fazer de uma só voz
Um show

Pode não ser
Um mega show
Um festival com multidões

Mas quem chorou
Já tem na voz
Um show

Tania Mikaela Garcia

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Que horas são?

Eu sempre comento com meus alunos (os pequenos) que ainda preciso escrever um livro chamado Micos da Mika. São tantos, às vezes nem creio!

Hoje foi o dia de “pagar” mais um “mico básico”, como eles diriam. Fui trabalhar e, ao chegar ao colégio, estranhei ver tantos carros estacionados tão cedo. Entrei na secretaria e perguntei:
_ Ju (a secretária), que horas são?
_ Oito e vinte, professora!
_ Quêêê?
_ Oi-to e vin-te, professora!

Quase tive um treco. Juro que pensei que havia surtado de vez. Eu estava tão tranqüila. Acordei cedo, tomei um superbanho. Até voltei a deitar um pouquinho, assim, pra olhar pro teto e pensar na vida (adoro fazer isso). Pra que chegar tão cedo na escola, afinal? Adiantei o almoço, levei o lixo. Uma verdadeira dona-de-casa. Coisa mais linda! Em qual desses momentos perdi uma hora de bobeira? Não entendi mais nada!

Eu sou um pouco neurótica com horário. Confiro de 5 em 5 minutos o relógio, pois DETESTO me atrasar pra qualquer compromisso (ainda mais aula). Eu olhei no celular e conferi no relógio da cozinha. Saí de casa no horário de sempre, às 7h.

O único detalhe ao qual não me “antenei” foi que o horário de verão começou a vigorar no sábado e... han... bem... eu não sabia! Sério! Eu não sabia!

Eu sei, todos me perguntaram: “Não assiste televisão?” (Tudo bem que deveria ter um “à” antes de “televisão”, pois o verbo assistir nesse contexto é transitivo indireto e exige a preposição “a”, que forma crase com o artigo definido que deveria também acompanhar o referido substantivo, mas isso não vem ao caso!). “Não, não assisto!” Moro num bairro muito afastado, com péssimo sinal de transmissão e, pra falar a verdade, televisão não me faz a menor falta.

Já pensei em resolver a situação, mas não tenho a opção de tv a cabo (devido à distância) e me nego veementemente a pagar quase R$ 100,00 mensais por uma assinatura de tv, ainda mais que não teria a opção de assistir à Globo. Não que eu morra de amores pela programação da emissora (looooonge disso!), mas acho um abuso pagar essa fortuna para não ter sequer o que praticamente todo o mundo (o Brasil, eu sei!) tem de graça. Humpft! Um abuso! Não que eu seja “muquirana”, mas acho um abuso.

Tudo bem... sou obrigada a reconhecer que nem é esse o motivo de eu não fazer a tal da assinatura. O problema nem seria pagar R$ 100,00 por mês para ver televisão na minha própria casa (embora eu considere isso um ultraje), mas ter ali disponíveis diariamente na minha sala o AXN, o TNT, o Sony Entertainment e o Warner Channel com todas as suas programações.

Imagina...CSI, CSI New York, CSI Miami (tem mais algum? Não, né? Que pena!), Close to home, The Whisperer, Law & Order, Without a trace, Medium, Desperate Housewives, Cold case, Heroes, The Closer, ufa… não dá, né? Isso sem contar os filmes... eu não faria mais nada na vida!
É, o melhor mesmo é ficar sem televisão, até porque a assinatura com valor ofensivo nem resolveria o meu problema de hoje. O que resolveria era eu ter amigas mais “reclamonas”. Ontem foi feriado. Trabalhei em casa. Minhas amigas não comentaram nada. Parece que ninguém se incomodou com a mudança de horário, pois ninguém comentou NADA nesses dois dias comigo.

Enfim, fiquei sem saber que o horário de verão tinha começado. Fazer o quê? “Pagar o mico” e agüentar as piadinhas dos “figuras” dos meus alunos, que não perdoam nenhum deslize.

No final da aula, eles passavam por mim no corredor da escola e a pergunta era: “Professora, que horas são?”
Vejam só que ironia, a hora em que esta mensagem do blog foi postada também está atrasada!
Será que sou eu que tenho que alterar isso?

:S
Tania Mikaela Garcia

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Ausência

Ando ausente!

Há mais de dez dias que não posto nadinha. Meus dias têm sido incessantes e longe do computador. Enquanto a tempestade não acalma, deixo com vocês a letra da canção que inspirou o nome do meu blog. Tive o prazer de conhecê-la quando fui a Porto Alegre, em março deste ano, assistir ao show do meu maior ídolo da música brasileira: Chico Buarque. A empatia com o trecho das letras de macarrão foi imediata.

Deliciem-se:


A Bela e a Fera
Edu Lobo - Chico Buarque/1982
Para o balé O grande circo místico

Ouve a declaração, oh bela
De um sonhador titã
Um que dá nó em paralela
E almoça rolimã
O homem mais forte do planeta
Tórax de Superman
Tórax de Superman
E coração de poeta

Não brilharia a estrela, oh bela
Sem noite por detrás
Tua beleza de gazela
Sob o meu corpo é mais
Uma centelha num graveto
Queima canaviais
Queima canaviais
Quase que eu fiz um soneto

Mais que na lua ou no cometa
Ou na constelação
O sangue impresso na gazeta
Tem mais inspiração
No bucho do analfabeto
Letras de macarrão
Letras de macarrão
Fazem poema concreto

Oh bela, gera a primavera
Aciona o teu condão
Oh bela, faz da besta fera
Um príncipe cristão
Recebe o teu poeta, oh bela
Abre teu coração
Abre teu coração
Ou eu arrombo a janela


E dizer que eu ainda não a conhecia. Tsc, tsc, tsc.

Tania Mikaela Garcia