quinta-feira, 8 de novembro de 2007

O varal da vizinha

Um casal, recém-casado, mudou-se para um bairro muito tranqüilo. Na primeira manhã que passavam na casa, enquanto tomavam café, a mulher reparou em uma vizinha que pendurava lençóis no varal e comentou com o marido:
- Que lençóis sujos ela está pendurando no varal! Está precisando de um sabão novo. Se eu tivesse intimidade, perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!
O marido observou calado.
Três dias depois, também durante o café da manhã, a vizinha pendurava lençóis no varal e novamente a mulher comentou com o marido:
- Nossa vizinha continua pendurando os lençóis sujos! Se eu tivesse intimidade, perguntaria se ela quer que eu a ensine a lavar as roupas!
E assim, a cada três dias, a mulher repetia seu discurso, enquanto a vizinha pendurava suas roupas no varal.

Passado um mês, a mulher se surpreendeu ao ver os lençóis muito brancos sendo estendidos, e empolgada foi dizer ao marido:
- Veja, ela aprendeu a lavar as roupas, será que a outra vizinha a ensinou? Porque eu não fiz nada.
O marido calmamente respondeu:
- Não, hoje eu levantei mais cedo e lavei a vidraça da janela!

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Lave sua vidraça.

Abra sua janela.

(autor desconhecido)

Tania Mikaela Garcia

textocorrigido@terra.com.br

Um comentário:

Anônimo disse...

Claro, Mikaela!
A preocupação com a vida de terceiros, a maioria das vezes abstrai-nos da nossa própria.
As boas intenções, no entanto, vêm de alguma forma aplacar as mexeriquices. Mas resta-nos sempre a cegueira do que fazemos mal, quando só enxergamos o que supostamente os outros fazem, que não se enquadra no que classificamos como boas práticas.
Nada como a nossa autocrítica, que aplaca mutas das nossas neuras e de certeza não enfurece terceiros,
Mais uma vez um belo exemplo. Parabéns Mikaela.
Platão, (o grego, não o chinês)